Nordestinos;
Vasta prole;
Abastardos sim;
Amorosos só no coração.
Não sei se pela seca do nordeste... mas a realidade é que seus braços secaram e não davam conta de oferecê-los para um abraço, um afago.
Assim foi crida a sua prole.
Tinham o suficiente mas não o
essencial.
O valor era ter como manter, e dar o melhor que podia comprar.
A
característica de Patriarca Macho
Nordestino; apoiado pela esposa submissa e de fraca personalidade, jamais ensinariam àquele
nordestino autoritário a dobrar os braços para acalentar um segundo que fosse aquela prole carente.
Cresceram assim. A cada cobrança, um fora...
Certa vez, a filha mais velha, (vinha de um colégio interno, durante todo o ano sem visitas, pois tinham o melhor, o mais caro... não precisavam de mais nada), chegando cheia de saudades de seus pais, desceu do carro de
aluguel, que havia sido tratado para buscar a prole, e quando avistou seu pai sentado na calçada, conversando com amigos... saiu em disparada, se jogou no seu colo, abraçou seu pescoço chorando de saudade... Imediatamente os braços daquele pai, por não saber dobrar, tinham transformado seu coração em pedra e rechaçou a filha com aquele gesto de amor. Na frente de todos os amigos o machão falou: "Despudorada, ficou o ano todo no colégio e não aprendeu nada... Como ousa uma
menina grande sentar no colo do pai? E a afastou rudemente...
Nunca mais esta criança ousou abraçar seu pai.
Ninguém conseguiu matar o amor imenso que esta criança tinha em seu coração.
A vida passou, muitos sonhos vieram a se concretizar, amores, filhos amores, filhos, amores e amores.
Esta busca era na realidade a ansiedade de uma troca de algo maior era uma troca de energia, era a
acoplagem perfeita para conseguir alçar o voo para o infinito.