8 de set. de 2009

IV – SAGA DE VALDEREZ E SUAS QUATRO IRMÃES



4ª PARTE - Castigo e Festa de Páscoa
O sol ardia lá fora. Algazarra das crianças no recreio.
Valderez ajoelhada embaixo da mesa... a p a v o r a d a !!!
Pensava: - Se Madre Elvira descobre, que irá acontecer?
Coração parecia que ia sair pela boca. A Freira andou para lá e para cá... Parou bem onde ela estava.
- Que você está fazendo aí Valderez? Já de pé aqui na minha frente.
O peixinho de chocolate derretia na mão, ela tremia, tentava camuflar amassando na mão. Valderez, de cabeça baixa, enquanto a Freira pergunta:
- Que estava fazendo aqui, se sabe ser proibido entrar no refeitório fora do horário de refeições?
As lágrimas rolavam pela face...
- É que estava brincando de esconder e corri pra cá; para ninguém me achar...
- Pois bem, vá apanhar o banquinho na cozinha e pegue um punhado de milho.
Enquanto caminhava via os olhinhos das crianças espreitando nas janelas. A Freira para mostrar para todos o que acontecia quando desobedeciam... incrementa ainda mais o castigo:
- Coloque o banquinho na quina da parede atravessado. Ponha o punhado de milho encima. Agora ajoelhe encima do milho. Está no canto para você não se encostar na parede, nem repousar a cabeça, ficará assim por uma hora, enquanto durar o recreio. Hoje não tem direito a lanche. No recreio vai escrever 200 vezes a frase: “QUEM NÃO QUER OUVIR DEVE SENTIR “, hoje na hora do lanche, numa folha dupla de papel almaço .
Valderez ficou só no refeitório e começou a chorar. Pensava: Tenho que arrumar outra forma para ter uns docinhos para Bibi. Doía muito os joelhos, não estava agüentando...
- Nossa Senhora do Perpétuo Socorro protetora da minha família... me ajuda!!!
Acabou o recreio, acabou o castigo ajoelhado no milho. Começou escrever 200 vezes : “Quem não quer ouvir deve sentir”. Para aliviar o castigo, resolveu pegar duas canetas e amarrar com um palito em cada lado. Ia escrevendo de duas em duas linhas. Como deu certo, no recreio conseguiu um pauzinho maior e acoplou quatro canetas. À partir daí, Valderez ficou dona do invento e quando alguma criança da turma tinha que escrever de castigo a caneta que escondida era emprestada como arma secreta de defesa.
Depois de tudo só restava uma solução: Valderez não comer sobremesa. Depois tomou coragem e foi falar com as colegas de internato que tinham merenda particular. Ela não tinha dinheiro. Não podia comprar, nem pedir às meninas do externato para trazer. Duas alunas se comprometeram a ajudar. Quando fosse pegar, sempre pegaria mais um pouquinho para a Bibi. Assim ficou resolvido aquele problema.
Já estavam em Março, quando Madre Elvira avisou que todas deveriam escrever uma carta para os pais. Valderez vibrou. Correu para a sala depois do recreio e fez uma carta enorme. Contando dos problemas das aflições passadas por elas e tudo mais. Ficou feliz. Quando acabou a carta, botou no envelope e fechou.
Madre pegou disse:
- Não tinha que fechar a carta. Tenho que ler antes para ver a letra e se esta tudo certo.
Tudo se resumiu em três linhas que foi obrigada a escrever:.
Papai, peço sua benção.
O Colégio é muito bom. Estamos com saúde. Todas as irmãs estão bem.
Estamos estudando e nos alimentando normalmente.
Beijos na minha irmãzinha Meg, Mamãe, Vovó e tias.
Benção, Valderez
E assim foi feito. Daí em diante, todo mês era a mesma coisa.
No refeitório uma semana antes da Semana Santa, Madre Elvira falou:
- “VAMOS COMEÇAR OS PREPARATIVOS PARA A MAIOR FESTA DO NOSSO COLÉGIO QUE É A FESTA DA PÁSCOA. À PARTIR DE HOJE VAMOS COMEÇAR OS PREPARATIVOS.”
Euforia geral. Como seria esta festa? As crianças corriam de um canto a outro na maior alegria. Madre Elvira mandou todas ficarem em fila e foram conhecer a criação de Coelhos. Lindos! Os olhinhos vermelhos, o nariz tremendo... fofinhos! A freira pegou um para passarmos as mãos.
Ela falou:
- Eles trarão ovinhos de chocolate no dia de páscoa para todas que se comportarem, estudarem, obedecerem. Ficaram radiantes de alegria.
Só houve um momento de tristeza quando chegou a carta do pai dizendo:
Cara Filha, Deus a abençoe.
Gostei de saber que estão muito bem.
Como o feriado é só uma semana, não vou poder ir nem mandar apanhar vocês. Espero que continuem se adaptando bem.
Recomendações de todos.
Receba a benção de seu Pai
Valderez nem falou para as irmãs. Iria quebrar a alegria da festa.
No recreio íamos cada uma com uma cestinha seguindo o grupo.
Outros grupos iam colhendo folhas de mangueira. Voltando ao refeitório começavam a fazer os cordões. Pegar a folha, juntar as extremidades, prender com um espinho da macaúba. A próxima folha já era fechada passando por dentro da outra. Assim, ia sendo formada a corrente. Fazer com a folha verde para não quebrar. As correntes iam sendo formadas e arrumadas num canto do refeitório para na véspera ser colocadas no teto.
Bolas de papel amassado, cobertas com papel crepon e amarradas nas correntes.
A maioria das alunas foi para casa. Quem ficou arrumou as correntes no teto com ajudas das freiras. Ficou lindo! Os pequeninos cansavam os olhos de tanto olhar para cima. Alegria!
Será que os coelhinhos irão fazer os ovos?
Dia de páscoa! Acordaram na maior expectativa. Foram a missa. Após, refeitório. Muitos bolos e doces. As crianças perguntaram: Cadê os ovos do coelho? A Freira explicou: Eles vieram pela madrugada, enquanto vocês dormiam e esconderam pelo jardim. Quando tocar o sino, podem procurar
Assim foi uma algazarra só. Todas corriam e procuravam. Tinham ovos cosidos pintados. Outros eram ovos de galinha recheados de Chocolate. Muitos bombons, balas. Chocolates.
Assim ficaram todas felizes festejando a Páscoa.

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