Somos uma geração criada dentro de muitos preconceitos.
Nossos ancestrais ou eram negros ou contra a sociabilidade dos mesmos.
““ Os avós repetiam constantemente: ” Negro quando não faz na entrada faz na saída ”
Havia preconceito contra os Judeus, Batistas, Umbanda, Espiritismo, Candomblé, Macumba, Nortistas, Nordestinos, Japonês (estimulado pela cultura americana após 2ª Guerra Mundial), o índio, o negro dentre muitos outros.
O racismo está plantado e incentivado durante anos. E é esta geração hoje adulta entre 45 e 70 anos que mais tem esta bactéria vírus, ou seja, lá o que, entranhado na sua formação de personalidade. Por isso que as atitudes por vezes de pessoas nesta faixa etária são impulsionadas por estes resíduos culturais.
A mais gritante é o racismo dos brancos contra os negros e estes descriminando os brancos. E isso é feito não de forma velada, mas, de forma acintosa.
Posso falar por experiência própria. Meus avós, meus pais, não ficaram longe deste modelo citado. Muito dos meus irmãos tem atitudes iguais a eles, mas, na maioria das vezes de forma velada.
Nunca me deixei envolver por qualquer tipo de preconceito. Devido ao tipo de criação e às vezes tenho que está me policiando.
Sou viúva de um descendente de negros que não admitia. Depois meu companheiro era Judeu onde vivenciei este outro tipo de preconceito. Viúva pela 2ª vez tive por 15 anos um companheiro negro quando enfrentei todo tipo de preconceito. Separei-me e por acaso conheci um homem simples, mas, de grande qualidade interior e estamos vivendo namorando há cinco anos. É amor de verdade. Hoje ele que só havia tido relações com negras, disse para mim que não vê mais diferença quando olha para mim vê uma pessoa igual a ele. Eu respondo que vemos no outro que amamos como em um espelho, somos duas pessoas com um pensamento, um ideal unificados pelo amor.
Por este tipo de postura que tenho já sofri muito preconceito principalmente dos negros e já fui inclusive proibida de ir ao trabalho de meu companheiro por um chefe dele negro. Quando as esposas, namoradas e companheira dos outros colegas por ser a maioria negra nunca foram impedidas de nada.
Pensei dar queixa dele na delegacia especializada. Tinha já duas ou três testemunhas do fato.
Não quis prejudicar o trabalho do meu companheiro nem prejudicar um pobre coitado... Racista sim, mas ficaria numa situação difícil para sobreviver.
Por tudo isso que vivo diariamente convivendo com o preconceito, mas, a cada dia querendo mudar esta postura de um povo nascido de uma MISCIGENAÇÂO.
