15 de out. de 2008

ESTÓRIA QUE É HISTÓRIA

Nordestinos;
Vasta prole;
Abastardos sim;
Amorosos só no coração.
Não sei se pela seca do nordeste... mas a realidade é que seus braços secaram e não davam conta de oferecê-los para um abraço, um afago.
Assim foi crida a sua prole.
Tinham o suficiente mas não o essencial.
O valor era ter como manter, e dar o melhor que podia comprar.
A característica de Patriarca Macho Nordestino; apoiado pela esposa submissa e de fraca personalidade, jamais ensinariam àquele nordestino autoritário a dobrar os braços para acalentar um segundo que fosse aquela prole carente.
Cresceram assim. A cada cobrança, um fora...
Certa vez, a filha mais velha, (vinha de um colégio interno, durante todo o ano sem visitas, pois tinham o melhor, o mais caro... não precisavam de mais nada), chegando cheia de saudades de seus pais, desceu do carro de aluguel, que havia sido tratado para buscar a prole, e quando avistou seu pai sentado na calçada, conversando com amigos... saiu em disparada, se jogou no seu colo, abraçou seu pescoço chorando de saudade... Imediatamente os braços daquele pai, por não saber dobrar, tinham transformado seu coração em pedra e rechaçou a filha com aquele gesto de amor. Na frente de todos os amigos o machão falou: "Despudorada, ficou o ano todo no colégio e não aprendeu nada... Como ousa uma menina grande sentar no colo do pai? E a afastou rudemente...
Nunca mais esta criança ousou abraçar seu pai.
Ninguém conseguiu matar o amor imenso que esta criança tinha em seu coração.
A vida passou, muitos sonhos vieram a se concretizar, amores, filhos amores, filhos, amores e amores.
Esta busca era na realidade a ansiedade de uma troca de algo maior era uma troca de energia, era a acoplagem perfeita para conseguir alçar o voo para o infinito.

3 Comentários:

Às 15 de outubro de 2008 às 18:09 , Blogger Unknown disse...

Maravilhoso! Você conseguiu passar a emoção do momento. Transcorreu o texto num lirismo impressionante. Real e lúdico. Traz lágrimas aos olhos.

Parabéns!!!

Um beijo

Mirse

 
Às 21 de outubro de 2008 às 16:22 , Blogger Unknown disse...

NOssa Tia, que texto lindo! Adorei!

 
Às 6 de dezembro de 2008 às 12:07 , Anonymous Anônimo disse...

Minha irmã!
Como estória onírica, voce conseguiu passar explicitamente o sofrimento de um ser colecionador de traumas e mágoas!
Agora, como história real seria o coerente falar nominativamente em vez de colocar "a prole" como um todo. Eu como qualidade de filha que sou, fiquei aos prantos mas não por ter lido apenas um texto impressinante....pois isso para voce, faz parte de uma realidade que ao qual não sou adepta. Tenho em minha memória um Nordestino de muita garra e perseverança, que lutou com unhas e dentes para sobreviver....e conseguiu...e venceu!!
Quanto a sua "prole", de santos não tinham nada, mas ele AMOU e se orgulhava de todos inclusive de sua inteligência e de seu bom humor!
Quanto a Diavilina, esta sim era um perfeita "Diva", cuja fragilidade era mera aparência, onte dentro de seu coração habitava uma GUERREIRA, que sabia falar num exato momento e calar-se nos demais!!
Choro sim...mas de saudades, pois sei exatamente que Deus não dá nada....Ele só nos empresta por determinado momento.....que pena!!
Me desculpe se meus pensamentos divergem dos seus no que diz respeito a este casal "arretado" que nos transformou com seu sangue nordestino em PESSOAS DECENTES!!
Libere o perdão.... sei que somos o que somos em função de um ontem...mas este ontem, a propria palavara diz....PASSADO!
Prefiro separar o joio do trigo....e continuar minha colheita!
Beijos,
Martha

 

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